Despriorizações de produtos

Despriorizações de produtos

Durante minha trajetória em uma empresa, como Senior User Researcher, tive a oportunidade de coordenar dois projetos altamente estratégicos. Depois de realizar pesquisas para entender qul era o valor gerado para os clientes, a despriorização foi a conclusão de ambos os projetos. Aqui conto brevemente como isso aconteceu.

Produto A: Integração com outro software

Contexto

Imagine uma funcionalidade que, até então, era o carro-chefe do produto principal, mas que, depois de um tempo, veio perdendo sua força, por consequência da falta de investimento nela. Este projeto é sobre isso.

O volume de bugs reportados através da equipe de suporte foi aumentando e nossa equipe já não estava conseguindo mais "dar conta do recado". Percebendo isso, recebi da liderança de Produto o desafio de entender se ainda existia uma oportunidade nessa funcionalidade ou não.

Ações

Depois de uma série de entrevistas qualitativas aliada a uma completa execução de desk research, ficou visível que existia sim uma oportunidade, mas que precisaria de investimento de tempo e dinheiro. Tinham muitos outros produtos no mercado que faziam igual ou melhor do que estávamos fazendo naquele momento.

Resultados

Esse projeto foi um grande aprendizado, porque existia uma certa resistência de stakeholders quanto aos descobrimentos da pesquisa. Tive que colocar em jogo as habilidades de comunicação e negociação que toda pessoa pesquisadora precisa, conseguindo chegar a um denominador comum confortável para todas as partes interessadas.

Como a estratégia para os próximos anos estava sendo criada, ficou claro que não era um ponto tão importante assim e essa integração nativa foi despriorizada. Ela ainda continua ativa, mas, agora, através de Desenvolvedores parceiros. Não é mais uma responsabilidade nativa do produto principal.

Produto B: novo "plano e preço" de um SaaS

Contexto

Um dos meus maiores objetivos era participar do processo de pesquisa do início ao lançamento desse novo produto. E foi esse desafio que recebi no início de 2020, porém com alguns pontos confusos.

Acontece que, por razões estratégicas, o produto foi lançado sem uma pesquisa que desse base às decisões tomadas. Ou seja, o produto foi formatado somente com dados quantitativos de comportamentos dos usuários ou presunções sobre a experiência dos clientes, sem entender o real motivo das ações.

Ações

Criamos uma equipe focada para entender o impacto desse novo Produto na vida dos clientes, já com ele no ar. Queríamos descobrir porque ele não estava fazendo tanto sucesso quanto o planejado e descobrimos uma série de desalinhamentos com as expectativas dos usuários.

Depois de entrevistas e análises de dados, descobrimos que esse produto não seria um carro-chefe, mas sim uma oportunidade de entrada para outros produtos mais seniores. Isso quer dizer que os usuários ficaram pouco dentro desse produto, mas logo migraram para outro mais robusto.

Resultados

O produto está no ar até hoje, porém sabendo que ele não impacta positivamente a vida de grande parte dos nossos clientes, mas sim que ele é a porta de entrada para o ecossistema da empresa. Isso só foi possível descobrir com pesquisa e, após esse entendimento, as ações desse projeto não tiveram mais a priorização de antes.

SuperMade with Super